sábado, 18 de fevereiro de 2012

Uma confusão que se chama vida.

Nascer pelado, sem um tostão no bolso. E chorar, pedindo um pouco de ar pros seus pulmões. Se tornar um bebê. Engatinhar, ter crises de choro pelos dentes que estão nascendo. Sujar todas as fraldas possíveis, algo que não impede de ser amado pelos seus pais. Crescer mais um pouquinho. Iniciar os estudos, aprender a amarrar seus sapatos. Adiante, lá vem o primeiro amor. Provavelmente termina num desordeiro fracasso e é aí que você pensa “sim, viver é uma merda.” E você tenta tornar essa merda bonita, porque o seu sonho é mergulhar no dinheiro e ser conhecido pelo mundo. Que pena. Na adolescência, arrancam suas ilusões sem dó nem piedade. As espinhas aparecem e levem sua auto-estima junto com elas. Nem mesmo seu animal de estimação te compreende e você detesta esse mundo com ideias absurdas. Afinal, você quer espaço. É tudo pequeno demais, apertado demais. De menos, só as suas possibilidades de sorrir com sinceridade. A expectativa pra entrar na maioridade é grande. Vai ser independente, dono do próprio nariz. Vai a luta pelos seus amores e vai poder fazer o que quiser. Grande bosta. É aí que você se sente preso, sufocado com as novas responsabilidades e sem colinho de papai e mamãe pra ajudar. A frase da vez é: “se vira”. Pronto. Cadê as explicações? É isso? Essa é a mesma fase da vida que me disseram ser maravilhosa? Porque parece uma tortura. Três objetivos: trabalho, faculdade e sucesso. Diversão só é prioridade pra quem quer terminar fracassado, vendendo balinha nos sinais da rua. E mesmo sendo trabalho digno, você quer terminar ao menos sentado numa mesa de escritório, vestindo um terninho chique e uma sala com ar-condicionado. Mordomia, apenas para quem nada no dinheiro. Às vezes, o futuro desaparece. Você planeja algo e esse “algo” se vai. Você faz de alguém o centro do seu mundo e a relação termina. Pow! Acabou-se o que era doce. Vai passar a experimentar o amargo da vida. Fica praticamente louco com esses altos e baixos. Nunca no meio, quase nunca tranqüilo perante os problemas do dia-a-dia. E assim desejamos uma máquina do tempo porque… Que deus-nos-acuda, hein. Nem o sentido está mais fazendo sentido.

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