quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

E durante minha vida,

tomei decisões que eu sabia que não teriam volta, era preciso arriscar “tentar ser feliz”, mesmo sem ter nenhuma garantia[…] E vou continuar assim, arriscando, tentando, escolhendo caminhos incertos, mas sempre olhando pra frente.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Uma confusão que se chama vida.

Nascer pelado, sem um tostão no bolso. E chorar, pedindo um pouco de ar pros seus pulmões. Se tornar um bebê. Engatinhar, ter crises de choro pelos dentes que estão nascendo. Sujar todas as fraldas possíveis, algo que não impede de ser amado pelos seus pais. Crescer mais um pouquinho. Iniciar os estudos, aprender a amarrar seus sapatos. Adiante, lá vem o primeiro amor. Provavelmente termina num desordeiro fracasso e é aí que você pensa “sim, viver é uma merda.” E você tenta tornar essa merda bonita, porque o seu sonho é mergulhar no dinheiro e ser conhecido pelo mundo. Que pena. Na adolescência, arrancam suas ilusões sem dó nem piedade. As espinhas aparecem e levem sua auto-estima junto com elas. Nem mesmo seu animal de estimação te compreende e você detesta esse mundo com ideias absurdas. Afinal, você quer espaço. É tudo pequeno demais, apertado demais. De menos, só as suas possibilidades de sorrir com sinceridade. A expectativa pra entrar na maioridade é grande. Vai ser independente, dono do próprio nariz. Vai a luta pelos seus amores e vai poder fazer o que quiser. Grande bosta. É aí que você se sente preso, sufocado com as novas responsabilidades e sem colinho de papai e mamãe pra ajudar. A frase da vez é: “se vira”. Pronto. Cadê as explicações? É isso? Essa é a mesma fase da vida que me disseram ser maravilhosa? Porque parece uma tortura. Três objetivos: trabalho, faculdade e sucesso. Diversão só é prioridade pra quem quer terminar fracassado, vendendo balinha nos sinais da rua. E mesmo sendo trabalho digno, você quer terminar ao menos sentado numa mesa de escritório, vestindo um terninho chique e uma sala com ar-condicionado. Mordomia, apenas para quem nada no dinheiro. Às vezes, o futuro desaparece. Você planeja algo e esse “algo” se vai. Você faz de alguém o centro do seu mundo e a relação termina. Pow! Acabou-se o que era doce. Vai passar a experimentar o amargo da vida. Fica praticamente louco com esses altos e baixos. Nunca no meio, quase nunca tranqüilo perante os problemas do dia-a-dia. E assim desejamos uma máquina do tempo porque… Que deus-nos-acuda, hein. Nem o sentido está mais fazendo sentido.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Ela era assim, toda errada.

Entre devaneios, sonhos, algumas realizações, está ela. Fria, gélida, egoísta e amarga. Não mais hoje, mas um dia ela desejou apenas congelasse por dentro e entorpecesse todas as suas dores. Ela deseja demais. Quer ser feliz, aqui, agora e sempre. Sua sede faz-lhe beber de mágoas e rancores. Não aceitava o que havia com ela, por que se tornara tão fria consigo mesma? O amor, talvez. Tornou-se tão monossílaba, uns ”sei lá” pra cá e e outros ”tanto faz” pra lá. Ela tenta amenizar a realidade, repetindo para si mesma ”foda-se, eu não me importo”. Por mais que diga ser a garota banal, mas às vezes suas prioridades não passam de futilidades momentâneas. Lamenta-se por ter errado quando não podia e silenciado quando sua voz deveria florir o que sufocava-lhe a garganta. Vê-se como uma errante ambulante, que de tanto errar, ficou certa. Ela já desejou ser qualquer outra pessoa, menos ela. Ela é forte, porque com tantas chances para desistir, ela continua aqui. Por amor, por esperança. Ciúmes, possessividade, drama poderiam lhe definir, mas não seriam suficientes. Agora, se tivesse um único pedido a ser realizado, seria de um coração novo. Das consequências não se pensa, a não ser o momento que um olhar no outro, tudo volte a fazer sentido, quer que o presente seja como foi um dia.O passado a fascina, porque nostálgica, consegue lembrar que fora feliz. Sempre que tinha uma oportunidade pra mudar seu destino, tornava-se covarde. Uma franja em movimento, um sorriso curvando levemente seus lábios, meio torto e tímido. Tornou-se fria, reconheço, talvez pelas inúmeras decepções. Mas ela fingia, você sabe. Para ela pequenos obstáculos rendia-lhe grandes esforços e possivelmente, grandes sacrifícios. Desiste pois, mas põe um sorriso no rosto e diz que está tudo bem. Mas ela precisava de um colo, de um conforto, de um novo amor. Dizem que ela é ingênua demais, porque prefere acreditar em finais felizes do que fazer o seu. Alguns diziam que era a estranha, que não se encaixava em nada, talvez fosse mesmo. Que faz promessas, sabendo que é incapaz de cumpri-las e mais cedo ou mais tarde as quebrará. De que fez acordar todas as manhãs com o nome dele em sua cabeça, e com sorriso dele em sua mente. De tantos mistérios, ela esperava que alguém a decifrasse. Ela ri por dentro. Ela sofre e ninguém vê. Ela sonha de olhos abertos, e quando fechados, encontra os olhos dele. Lembra-se da respiração calma, dos olhos cor de fogo, da voz que é melodia, e do sorriso radiante, todos dele. Ela sabe sorrir, mesmo com lágrimas nos olhos. Ela mesma não entendia o que havia com si. Mas um dia ela aprenderá que tudo só fará sentido quando perceber que a única pessoa que precisa é dela mesma. Ela segue em frente, mesmo não querendo. Depois de tudo, ela espera dias melhores e céus mais azuis. Ela ainda acredita, talvez seja esse seu problema.

“E, então, ela decidiu mudar..

... Jogou fora todas aquelas roupas antigas, no qual, não sentia bem em usá-las, jogou fora todos aqueles sapatos velhos, decidiu comprar uns novos. Trocou todos os livros daquela instante empoeirada e decidiu limpar a bagunça do porão que ninguém entrava a séculos. Resolveu fazer o que diziam por aí: renovar. Pensou em mudar o corte do cabelo e trocar tudo do guarda-roupa amontoado de coisas inúteis que ela nem se quer usava. Pensava “pra quê?”. Pensando bem, tudo aquilo era inútil mesmo. Talvez era o melhor modo de recomeçar, mais aceitável do que ficar no quarto sem fazer absolutamente nada, esperando as coisas acontecerem por ela. Decidiu mudar todos aqueles esmaltes todos sem cores, sem vida, que só comprava pra deixar lá, guardados, pensava assim “qualquer data especial, eu os uso”. Mas todas as vezes que tinha algum compromisso, sempre tinha a mesma desculpa “não vou, não estou afim.” Mas era tudo mentira, todo mundo sabia, que ali, dentro dela, ela não queria mostrar o que realmente havia, e o pior, não queria mostrar isso á ninguém, escondia pra si. Ela nunca contou o que deveria ter contado. Nunca pode se expressar, nunca pode ser ela mesma. Dizia pra si “foda-se” mas no fundo, continuava se importando. E era tudo por causa dele, daquele maldito filho da puta. Por que a prendia tanto assim? Em si? Já estava na hora mesmo de acabar com isso. E então, ela caiu na real. E decidiu mudar. Decidiu sair dessa vida triste, dessa mesmice, desse clichê de sempre. Cansou de ouvir as mesmas músicas que lembravam ele, cansou de tudo. Jogou fora todas as fotografias antigas e decidiu tirar umas novas. Acima de tudo, ainda estava confusa, perdida e assustada. Mas ela tava mudando, não tava? Decidiu até alugar um filme novo pra assistir, sem ser esses de amores correspondidos, alugou um de comédia, só pra poder reviver um pouco. Decidiu até mudar o cardápio do jantar de hoje, aliás, hoje era um dia especial, ela estava mudando. Decidiu que iria mudar de emprego, até porque, odiava o emprego antigo. Disse pra si mesma “vou fazer o meu mundo, como bem entender, assim, vou viver, do meu jeito.” A partir de hoje, ao invés de esperar alguém vir arrumá-la, ela arrumava do seu jeito. E quem quisesse entrar em sua vida, que entrasse e que se acomodasse, mas que não decidisse mudar nada, como ela mesma avisou: “vai ficar desse jeito aí mesmo, não mudo por nada, nem ninguém.