domingo, 6 de fevereiro de 2011

Sonho de uma noite de verão




Naquela noite era só ela e seus sonhos malucos.
Fechou a porta do quarto, ligou o rádio bem alto e esvaziou a bolsa vermelha de veludo.
Fuçou na primeira gaveta do criado mudo, pegou uma caneta azul, um caderno de capa dura e começou a jornada.
Primeiro lembrou dele, deles...e depois delas, desenhou mentalmente a cena e daí vieram as primeiras palavras. Pensou numa praia, um dia de sol, todos eles reunidos, correndo, sorrindo, de bem com a vida, tudo perfeito. Escreveu.
Pensou numa casa, um tapete azul no chão, a mesa de centro, um tabuleiro de jogos e todos eles em volta, sorrindo a jogar. Escreveu.
Imaginou um barzinho, todos eles envolta da mesa, conversa, besteiras e boas risadas. Escreveu.
Então pensou que tudo poderia ser de verdade, abriu os olhos e ainda faltava um pouco para a realidade.
Rasgou a folha em mil pedacinhos, guardou num saquinho de papel de pão, amarrou com uma fita vermelha, praguejou qqr coisa como se fosse um feitiço, e atirou dentro do rio sujo e poluído que corria alí pertinho.
Pediu para o vento trazer a eternidade para os momentos mais lindos ao lado de seus amigos de verdade.
E ele obedeceu.








*hj eu to sentimental, e deve ser por isso q alguma coisa deste texto faz sentido.

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